Danielle Cândido
A pandemia está criando novas formas de sofrimento. Uma delas é o languishing, um estado emocional que está entre a depressão e a ansiedade, podendo ser traduzida como um definhamento ou uma apatia profunda. Para a psicóloga Karoline Félix, do Centro Especializado em Reabilitação da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (CER III/Uncisal), essa sensação pode ser um mal silencioso que se transforma gradativamente em algo mais grave.
Esse sentimento de apatia já era conhecido antes da pandemia, mas costumava ser encarado de forma individual. “Com o início da pandemia da COVID-19, o languishing se tornou mais frequente na vida das pessoas e houve um estímulo comum para que começassem a aumentar as queixas deste mesmo processo”, observou a psicóloga, acrescentando que esse estado emocional pode ser percebido em fases transitórias da vida de qualquer pessoa, por meio da sensação de estagnação e vazio, como se a pessoa estivesse levando os dias sem entusiasmo.
Diante dos sintomas de languishing – caracterizados pela falta de vontade, cansaço, desmotivação e apatia diante dos acontecimentos da vida -, a psicóloga Karoline Félix alerta que não existe um tratamento concreto para esse estado emocional. “O que se pode fazer é a mudança de pequenas atitudes, como estar presente física e mentalmente nos momentos, sejam eles de trabalho ou de lazer; encantar-se com pequenas coisas; e se cobrar menos pelos insucessos da vida”, pontuou.
Janeiro Branco – O languishing é um dos temas da Campanha Janeiro Branco promovida pelo Núcleo de Eventos e Qualidade de Vida no Trabalho (Neqvt) da Uncisal. Com o tema “O mundo pede saúde mental”, o Neqvt divulga uma série de vídeos educativos sobre saúde mental e as produções da campanha podem ser visualizadas no Instagram @neqvtuncisal e tratam de temas diversos que contribuem para gerar conscientização, combater tabus, mudar paradigmas, orientar os indivíduos e inspirar autoridades a respeito de importantes questões relacionadas às vidas de todo mundo.